Aventura com Segurança: Como Evitar Riscos no Turismo de Aventura - João Bernardo Blog

Aventura com Segurança: Como Evitar Riscos no Turismo de Aventura

A busca por adrenalina e experiências únicas tem impulsionado o turismo de aventura, que atrai cada vez mais pessoas. 

Voar de balão, saltar de paraquedas, praticar rafting ou fazer trilhas em lugares remotos são atividades que prometem memórias inesquecíveis. 

No entanto, como o próprio título sugere, a aventura, quando não planejada, pode colocar muitas pessoas em risco.

Entendendo os Riscos

O turismo de aventura, por sua natureza, envolve atividades em ambientes inóspitos ou que exigem um certo nível de preparo físico e psicológico. 

Os riscos podem ser variados, incluindo:

 * Riscos físicos: Lesões por quedas, exaustão, hipotermia ou hipertermia, e acidentes com equipamentos.

 * Riscos ambientais: Mudanças climáticas inesperadas, ataques de animais selvagens, desmoronamentos de terra ou inundações.

 * Riscos de segurança: Equipamentos mal inspecionados, falta de treinamento adequado dos instrutores ou operadoras, e ausência de protocolos de emergência.

Dicas para uma Aventura Segura

Antes de embarcar em qualquer aventura, é preciso avaliar as possíveis consequências e os direitos e deveres dos envolvidos. 

A responsabilidade é compartilhada entre o turista e a operadora da atividade. 

Por isso, siga estas dicas para garantir que sua experiência seja emocionante e segura:

  * Pesquise e escolha bem a operadora:
A reputação da empresa que oferece a atividade é fundamental. Verifique se ela possui certificações, avaliações positivas de outros clientes e se os guias e instrutores são qualificados e experientes. Uma empresa séria investe na manutenção dos equipamentos e no treinamento de sua equipe.

  * Avalie sua condição física e de saúde:
Seja honesto consigo mesmo. Algumas atividades exigem um bom preparo físico. Se você tem alguma condição médica, consulte um médico antes de se aventurar e informe a operadora sobre qualquer restrição.

  * Verifique os equipamentos:
Antes de começar, observe se os equipamentos de segurança (capacetes, coletes salva-vidas, paraquedas, etc.) estão em bom estado de conservação e se a empresa realiza inspeções regulares. Não hesite em questionar se algo parecer fora do comum.

  * Siga as instruções dos guias:
Os guias e instrutores estão lá para garantir sua segurança. Preste atenção a todas as orientações e regras. Elas não são opcionais e existem para proteger você e o grupo.

  * Esteja preparado para o inesperado:
Leve sempre um kit de primeiros socorros, água, lanches, e roupas adequadas para o clima. Informe alguém de confiança sobre seu roteiro e o tempo estimado de retorno.

A busca por aventura não precisa ser sinônimo de irresponsabilidade. 

Ao contrário, a verdadeira aventura está em explorar o mundo de forma consciente e segura. 

Ao planejar com antecedência e tomar as precauções necessárias, você garante não apenas a sua segurança, mas também a de todos os envolvidos, transformando a experiência em uma lembrança positiva e inesquecível.

Cenário Atual e Dados Relevantes no Brasil

O turismo de aventura no Brasil tem crescido exponencialmente, sendo considerado um dos melhores destinos do mundo para a prática de atividades radicais. 

No entanto, esse crescimento traz a necessidade de uma atenção redobrada à segurança.

 * Regulamentação e Fiscalização: O Brasil possui normas técnicas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para o turismo de aventura, como a ABNT NBR ISO 21.101, que orientam as empresas a gerir os riscos e perigos das atividades. Apesar disso, a fiscalização ainda é um ponto crítico, e especialistas apontam que a falta de vigilância é uma das principais falhas que levam a acidentes.

 * A Aventura e a Responsabilidade: A definição oficial de turismo de aventura pela ABNT já inclui a ideia de "riscos avaliados, controlados e assumidos". Isso significa que tanto as operadoras quanto os turistas têm corresponsabilidade. A operadora deve garantir que o risco inerente à atividade não seja agravado por falta de manutenção, treinamento ou segurança.

Exemplos Reais e a Importância da Prevenção

Tragédias recentes reforçam a urgência de priorizar a segurança. 

Casos como o deslizamento de rochas em Capitólio (MG), que matou dez pessoas, e a queda de um balão em Santa Catarina, que resultou em oito mortes, chamaram a atenção para a necessidade de protocolos mais rígidos.

Esses acidentes mostram que a falta de preparo para o inesperado pode ter consequências devastadoras. 

Em muitos casos, os incidentes poderiam ter sido evitados com uma melhor gestão de riscos, manutenção de equipamentos e treinamento de emergência.

Dicas de Segurança para Atividades Específicas

Para além das dicas gerais, é fundamental se informar sobre as precauções específicas de cada atividade:

 * Paraquedismo: A segurança começa no solo. É crucial fazer um bom planejamento do salto com a equipe e realizar checagens visuais e funcionais dos equipamentos. A Associação Americana de Paraquedismo (USPA) relata que a taxa de fatalidade é extremamente baixa para saltos duplos com instrutor, o que reforça a importância de voar com uma empresa certificada e instrutores experientes.

 * Trilhas e Rafting: Antes de partir para uma trilha, verifique a previsão do tempo e informe a alguém sobre seu percurso e o tempo estimado de retorno. Para o rafting, certifique-se de que os guias são certificados e experientes, e que a empresa segue as normas de segurança para a atividade. O uso de coletes salva-vidas e capacetes é obrigatório.

 * Mergulho: Certifique-se de que o equipamento está em boas condições. Nunca mergulhe sozinho e siga as instruções do instrutor. É fundamental respeitar os limites de profundidade e o tempo de mergulho para evitar acidentes de descompressão.

O Papel do Seguro Viagem

Um seguro de viagem comum muitas vezes não cobre esportes de aventura. 

Para evitar surpresas desagradáveis, é altamente recomendável contratar um seguro viagem específico para esportes radicais, que inclua coberturas para despesas médicas, resgate em locais de difícil acesso, remoção médica e até repatriação.

O objetivo do turismo de aventura é proporcionar emoção e contato com a natureza. 

Com a devida cautela e planejamento, é possível minimizar os riscos e garantir que a experiência seja segura e inesquecível.

Para o Público Leigo (Turistas)

Para um leigo que está planejando sua primeira aventura, o foco deve ser em perguntas simples e em uma lista de verificação fácil de seguir.

 * Uma "Checklist Rápida Antes de Reservar":

   * Pergunte sobre as certificações: "Vocês possuem certificação ABNT?", "Seus guias são certificados?".

   * Verifique a reputação: "Há quanto tempo a empresa atua na área?" e "Qual a reputação da empresa em sites de avaliação?".

   * Confirme o seguro: "O pacote inclui seguro viagem? Ele cobre a atividade de aventura?".

   * Inspecione os equipamentos: "Os equipamentos são revisados regularmente? Qual a validade?".

   * Informe-se sobre a logística: "Existe um plano de emergência? Qual o tempo de resposta em caso de acidente?".

 * A "Dica do Sentimento": A importância de "confiar no seu instinto". Se algo parecer errado (equipamento velho, guia desinteressado, ambiente de pressa), o turista não deve se sentir pressionado a participar da atividade.

Para o Público Profissional (Empresas e Guias)

Para os profissionais do setor, poderia se aprofundar nas melhores práticas, regulamentação e gestão de riscos. 

Eles precisam de informações mais técnicas e estratégicas para garantir a operação e a sustentabilidade do negócio.

 * Detalhes sobre as Normas Técnicas:

   * Ir além da menção da ABNT e especificar algumas normas-chave, como:

     * ABNT NBR 15500: Que aborda a gestão de segurança em escaladas e técnicas verticais.

     * ABNT NBR 15307: Que trata de diretrizes para atividades de canionismo.

   * Isso mostra ao profissional que a discussão é baseada em padrões técnicos específicos para o setor.

 * Aspectos Jurídicos e de Responsabilidade:

   * Discutir a importância do Termo de Conhecimento de Risco e Contrato de Prestação de Serviços. Explicar que esse documento não isenta a empresa da responsabilidade por negligência ou falha, mas deixa claro ao cliente os riscos inerentes da atividade.

   * Mencionar a relevância do Cadastro de Prestadores de Serviços Turísticos (CADASTUR), uma exigência legal que garante a formalização do negócio.

 * Gestão de Riscos e Planos de Emergência:

   * Reforçar a necessidade de um Plano de Ação de Emergência (PAE) documentado. O PAE deve incluir procedimentos claros em caso de acidentes, como quem contatar, qual o hospital mais próximo e como realizar o resgate.

   * Discutir a importância de auditorias internas e externas regulares para garantir a conformidade e a segurança operacional.

 * Treinamento Contínuo e Capacitação:

   * Enfatizar que a certificação profissional não é um evento único. Profissionais devem investir em cursos de reciclagem, primeiros socorros em áreas remotas (como o WFA - Wilderness First Aid) e atualização constante sobre novos equipamentos e técnicas.

   * A segurança é um diferencial competitivo. Empresas que investem em capacitação e protocolos de segurança ganham a confiança dos clientes e garantem a longevidade de seu negócio.

As informações segmentadas deste Blog se torna um guia completo, servindo tanto como um alerta e um manual prático para o turista, quanto como uma lembrança e um ponto de partida para aprimoramento profissional para os operadores e guias.

Mário Quintana:
"Nascer é uma possibilidade.
Viver é um risco.
Envelhecer é um privilégio!"

Salmos 90:12:
"Ensina-nos a contar os nossos dias para que o nosso coração alcance sabedoria."


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